1. |
A Primeira
02:37
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“A primeira é p’os pardais”.
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2. |
Filhe
05:28
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"Quem tem mãe tem tudo e pai também.
Quem não tem também tudo pode ter.
Mas quem tem pode vadiar 'plo tempo,
e voltar sempre a casa p’ra comer.
E voltar sempre a casa p’ra crescer.
Ó mãe! Deixa lá cheirar o tacho.
Ó pai! Olha que eu não sei fazer.
Vá! Que é p’ra ver se eu me despacho,
que só tenho a vida inteira pr’a viver!
Sou novo tenho mais o que fazer...
Quem tem mãe tem tudo e nada tem.
E quem tem pai tem tudo e nada tem também.
Mas quem não tem não é menos que os outros
que por terem pensam ser alguém.
Tendo ou não tendo são sempre ninguém!
Ai mãe! Já deixei queimar o tacho.
Ai pai! Não fiz como deve ser.
Vá! que eu um dia logo acho,
que tinha a vida inteira p’ra viver!
E ouço o que estavas a dizer...”
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3. |
Pastor Sem Cajado
04:42
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“Dantes o homem traçava o perfil,
com o castanho e verde dos campos.
C’os pés na terra e cabeça nas nuvens,
cada homem, seu cantar.
Agora trocou-se o céu à terra,
aos que cantam o mesmo canto.
O que importa mede-se aos números,
o que interessa mede-se ao espanto.
E empilham-se nos prédios,
onder viv'empoleirados.
Seguem trilhos d’ um pastor,
que os quére ver' embrulhados.
É calado, sem cajado
o pastor de tantos santos.
Conta contos, canta prantos.
Sem querer caiu o espanto,
sem corrida fez-se vida
e de o mar que nunca viu.
Alguém fale! Ninguém ouve!
Ninguém cale! fale o povo!
Alguém faça! Ninguém faz!
Alguém mude! Não há novo!
Há quem roube, ninguém vê!
Alguém sabe, ninguém lê!
E se soube, sorte ser,
alguém paga p’ra esquecer!
São mentes carregadasdo que devem despejar.
Em corpos tentados, bailados parados,
de porto calado, não sabem cantar.
E deixam-se ao desalento,
deixam-se levar pelo vento,
julgam-se de um contentamento
sem sequer o questionar.
Mentes carregadasdo que devem despejar!
Em corpos tentados, bailados parados,
de porto calado não sabem cantar!
E deixam-se ao desalento,
Deixam-se levar pelo vento!
Corpos marcados, de bailes vincados
E sem fazer perguntas,
Sem fazer perguntas....
(...)
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4. |
Aurora
08:39
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“Ahh! Depois da tempestade, vem a bonança.
Que, quem espera e não desespera, sempre alcança.
Ahh! Depois da tempestade, vem a bonança,
Que a água mole em pedra, tanto bate até que fura! (...)
Oh Aurora, chega antes de eu me ir embora! (...)”
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5. |
Moda Nova
03:28
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"Silva que estás enleada
Silva que estás enleada
desenleia o meu amor!
desenleia o meu amor!
Foste nascida e criada
Foste nascida e criada
nesses campos ao rigor
nesses campos ao rigor."
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6. |
Menina da Paz
06:23
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“A Menina da Paz,
só quis dar um abraço
p’ra que vissem o que a guerra faz
desta Terra um embaraço.
Que enquanto o mal se pagar com mal,
ou com pedras de calçada,
podemos continuar,
caminhamos para nada.
Temos servido a vingança fria,
mas é hora de a levarmos ao forno.
Que mãos quentes não vão mais longe,
do que um coração morno.
Homem que és escravo da razão,
liberta a mulher que pensa com o coração!
Porque o Universo tem muito mais para dar,
dá voz à intuição, deixa as cordas vibrar.
É mesmo verdade, podes acreditar,
que por entre a Gravidade
há um coração a querer falar.
HEY!
Deixem a Menina da Paz em paz!
Que o que ela fez poucos foram capaz.
Foi uma menina, podia ter sido um rapaz,
Com noção do tempo que não volta atrás.
Deixem a Menina da Paz em paz!
Que o que ela fez poucos foram capaz.
Foi uma menina, podia ter sido um rapaz,
Com noção do tempo que não volta atrás.
Porque o Universo tem muito mais para dar,
dá voz à intuição, deixa as cordas vibrar.
É mesmo verdade, podes acreditar,
que por entre a Gravidade
há um coração a querer falar.”
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7. |
Tempo
05:21
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“O Tempo perguntou ao tempo
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.
O meu tempo é o meu tempo,
o teu tempo eu não sei.
Que o relógio não marca a cem por cento
o tempo que bates por dentro.
nem marca o meu também.
E o meu tempo é o meu tempo,
o teu tempo eu não sei.
Que o relógio não pára, é como o vento,
mas tu páras um momento
se quiseres e eu também.
Que o relógio não é dono do tempo,
nem o tempo do momento,
o tempo não manda em ninguém.
Que o relógio não é dono do tempo,
mas tu és dono do tempo
se quiseres e eu também.
E mesmo que entres em contratempo,
Que não te cause tormento.
Que o tempo é o momento,
e enquanto passa o tempo
entro só no passatempo.
troco o passo tac-tic,
Apanh’ o compass’a tempo
E o meu tempo se mantém.”
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8. |
Algaraviada
03:24
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“Está uma roda parada por falta de mandador?
Mas agora cheguei eu, siga a roda faxabor!
Eram 12 raparigas todas vestidas de bronze
Deu-lhe o TRONGOMONGO numa não ficaram se não ONZE. Dessas onze que elas eram uma foi lavar os pés
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não DEZ.
Dessas dez que elas eram uma foi dar esmola ao pobre
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não NOVE..
Dessas nove que elas eram uma foi fazer um biscoito
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não OITO..
Dessas oito que elas eram um foi solar no trompete
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não SETE.
Dessas sete que elas eram uma foi cantar os reis
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não SEIS.
Dessas seis que elas eram uma foi comprar um brinco
Deu-lhe o TRONOGOMONGO nela não ficaram se não CINCO.
Dessas cinco que elas eram uma foi cagar no mato
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não QUATRO.
Dessas quatro que elas eram um foi solar outra vez
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não TRÊS.
Dessas três que elas eram uma foi passear p’la ruas
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficaram se não DUAS.
Dessas duas que elas eram uma foi apanhar caruma
Deu-lhe o TRONGOMONGO nela não ficou se não UMA.
Essa uma que ela era, ela foi jogar ao pião.
Deu oTRONGOMONGO nela e acabou-se a geração.
E já está! PORRA!”
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Criatura Portugal
A origem da Criação é por definição, sem testemunhas. A única realidade perceptível é o fruto da criação, a Criatura.
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