“Dantes o homem traçava o perfil,
com o castanho e verde dos campos.
C’os pés na terra e cabeça nas nuvens,
cada homem, seu cantar.
Agora trocou-se o céu à terra,
aos que cantam o mesmo canto.
O que importa mede-se aos números,
o que interessa mede-se ao espanto.
E empilham-se nos prédios,
onder viv'empoleirados.
Seguem trilhos d’ um pastor,
que os quére ver' embrulhados.
É calado, sem cajado
o pastor de tantos santos.
Conta contos, canta prantos.
Sem querer caiu o espanto,
sem corrida fez-se vida
e de o mar que nunca viu.
Alguém fale! Ninguém ouve!
Ninguém cale! fale o povo!
Alguém faça! Ninguém faz!
Alguém mude! Não há novo!
Há quem roube, ninguém vê!
Alguém sabe, ninguém lê!
E se soube, sorte ser,
alguém paga p’ra esquecer!
São mentes carregadasdo que devem despejar.
Em corpos tentados, bailados parados,
de porto calado, não sabem cantar.
E deixam-se ao desalento,
deixam-se levar pelo vento,
julgam-se de um contentamento
sem sequer o questionar.
Mentes carregadasdo que devem despejar!
Em corpos tentados, bailados parados,
de porto calado não sabem cantar!
E deixam-se ao desalento,
Deixam-se levar pelo vento!
Corpos marcados, de bailes vincados
E sem fazer perguntas,
Sem fazer perguntas....
(...)
credits
from Aurora,
released February 5, 2016
Música: Paulo Lourenço, Edgar Valente e Gil Dionísio
Letra: Gil Dionísio e Edgar Valente
Arranjos: Criatura
The debut from Afrobeat supergroup Eparapo boasts bright, bursting syncopated rhythms and triumphant blasts of brass. Bandcamp New & Notable Sep 10, 2023
Two mind-expanding epics that clock in at 17 minutes apiece and blend drone, ambient, shoegaze, and traditional Indian music. Bandcamp New & Notable Nov 12, 2023